Quem luta contra a obesidade sabe o quanto é desafiador reverter esse quadro. Muitos culpam os fatores genéticos, que predispõem o desenvolvimento da doença, e dificultariam o tratamento. Mas seria a relação entre obesidade e genética irreversível.

Estudos apontam que cerca de 20% da população brasileira está obesa. E o excesso de peso já atinge mais da metade da população, cerca de 54%. Estima-se que em 2025 2,7 bilhões de adultos e 268 milhões de crianças estarão com sobrepeso ou obesidade.

Será que esse alarmante aumento nos casos de obesidade tem relação direta com fatores genéticos? Pessoas que têm uma predisposição genética, realmente estão destinadas a desenvolver obesidade? É possível reverter esses casos?

Continue lendo para obter a resposta a essas perguntas.


Índice

Definição de obesidade

Causas da obesidade

        Obesidade e Genética

        Fatores ambientais

Obesidade genética: É possível assumir o controle da situação

        1. Tenha uma alimentação equilibrada

        2. Seja ativo

        3. Combata o estresse  

                       Falta de tempo

                       Válvula de escape

Concluindo


Definição de obesidade

Tudo que é visto como excesso calórico é convertido por nosso organismo em gordura. Sendo assim, as pessoas obesas sofrem de um desequilíbrio entre energia consumida e energia gasta, causando acúmulo de gordura corporal.

As causas da obesidade podem ser divididas em dois grupos: fatores ambientais, e fatores genéticos. Você entenderá melhor como esses dois fatores atuam, no decorrer desse artigo.

É classificado como obeso, pessoas com o índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 kg/m².  Essa medida nem sempre é tão precisa. Pois não leva em consideração a quantidade de massa muscular, e nem a quantidade de água corporal.

Se trata apenas da relação entre peso e altura. Na maioria dos casos o IMC tem uma ligação direta com a quantidade de gordura corporal, por isso é tão utilizado para diagnosticar a obesidade, principalmente em populações.

Mas vale avaliar caso a caso. No geral é possível se ter uma avaliação mais específica do percentual de gordura utilizando exames como a bioimpedância. Ou realizando uma avaliação física por coleta de dobras cutâneas.

A obesidade é considerada uma doença crônica. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ela é um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade.

Pois está associada a causa de morte e a vários problemas de saúde. Como doenças articulares, síndrome metabólica, diabetes, hipertensão, doenças cardíacas a vários tipos de câncer.

Causas da obesidade

Obesidade e Genética

Nossa genética influencia nossa vida em todos os sentidos. Isso não é diferente no caso da obesidade.

Estudos recentes concluíram que a herança genética de pais obesos pode causar alteração no metabolismo, e possível desenvolvimento de obesidade em seus filhos, no decorrer da vida.

Foi descoberto recentemente que os genes de pessoas predispostas a desenvolver obesidade reagem de forma diferente, quando expostos a alimentos gordurosos.

Diversas pesquisas já foram feitas.  Cada vez fica mais claro que os fatores associados a obesidade e genética são responsáveis por uma pequena parcela dos casos de desenvolvimentos da doença.

Alterações genéticas na população ocorrem de forma muito lenta, para ser responsável pela epidemia de obesidade.

Porém, foi observado que o peso das pessoas responde de forma diferente quando exposto ao mesmo ambiente. Essa resposta está diretamente relacionada a fatores genéticos.

Ou seja, em um grupo de pessoas com os mesmos hábitos, alguns poderão desenvolver obesidade de forma mais rápida que outros. Justamente por ter uma distribuição de gordura corporal diferente, e por ter fatores genéticos que predispõem o desenvolvimento da obesidade.

Como citou o pesquisador George Bray “a genética carrega a arma e o ambiente aperta o gatilho”. Portanto o ambiente assume um papel crucial no desenvolvimento da obesidade.

Vejamos o porquê.

Fatores ambientais

O ambiente se refere ao conjunto de circunstâncias ou condições que algo ou alguém está exposto. Por isso adotamos o termo “ambiente obesogênico”, que nada mais é, do que um ambiente que favorece o desenvolvimento da obesidade.

Basta caminhar por uma praça de alimentação de um shopping para notar que alimentos gordurosos e lotados de açúcar estão por toda parte. Muitas vezes, ao comer fora de casa não encontramos sequer, uma opção de alimento saudável.

Há uma grande oferta de alimentos industrializados, cheios de sódio e de açúcares. Com isso, acabamos ficando condicionados a consumir esse tipo de alimento, não nos dando conta do mal que fazemos a nossa própria saúde.

Já parou para analisar os alimentos que tem em sua casa? E no seu trabalho? Costuma ter sempre biscoitos, doces, salgadinhos, refrigerantes, sucos de caixinha e outros alimentos processados a mão? Tudo isso favorece o aumento de peso. Ainda mais porque, a sociedade em geral tem se tornado cada vez mais sedentária.

Vivemos em uma sociedade que poupa nosso esforço físico e nos oferece de forma prática e rápida diversas opções de alimentos processados que são maléficos a saúde.

Por isso podemos afirmar que mesmo que você tenha predisposição genética para desenvolver obesidade. Fazendo boas escolhas, e mantendo um estilo de vida saudável, você será capaz de anular a influência genética.

Veja também: 10 alimentos que você deve evitar para emagrecer

É possível assumir o controle da situação

Quando falamos de obesidade, sua hereditariedade não determina seu aparecimento. Mesmo nos casos de obesidade genética, você pode sim assumir o controle do seu peso! Com pequenas mudanças diárias, em sua dieta, e em seu estilo de vida.

É preciso ter em mente, que nada acontece do dia para a noite, muito pelo contrário. Grandes alterações de peso em curtos períodos, podem ser prejudiciais.

Justamente porque, dietas extremamente restritivas, podem deixar seu metabolismo lento e gerar compulsão. De duas, uma, ou você ficará naquele eterno “efeito sanfona”, ou seu peso se estabilizará, tornando muito difícil que continue perdendo peso.

É necessária uma mudança de hábitos, mesmo que inicialmente seu peso não se altere muito, pode ter certeza que surtirá um grande efeito em sua saúde e em sua disposição.

Confira os 3 passos para o controle da obesidade.

1. Tenha uma alimentação equilibrada

É comum ver na mídia propagandas, colocando alimentos como verdadeiros vilões. E dietas muito restritivas como única forma de se atingir o peso ideal.

Mas, vamos analisar a situação de uma pessoa que levou uma vida de “maus hábitos alimentares”. Essa pessoa come doce diariamente, costuma consumir alimentos gordurosos com frequência, toma pouca água, e dificilmente consome frutas legumes.

De repente, a pessoa se vê em uma dieta condicionada, a uma alimentação extremamente restritiva. Muitas pessoas não se adaptam a esse tipo de dieta. Alguns até conseguem seguir por um tempo, mas acabam não conseguindo sustentar por muito tempo.

E é aí surge o problema. Muita restrição quase sempre resulta em quadros de compulsão. Quando isso acontece todo o esforço é perdido, e muitas vezes a pessoa acaba votando em algumas semanas ao peso inicial.

É necessária uma mudança de hábitos, e como disse isso é feito aos poucos, por isso, tenha paciência e persistência!

Pode ser que demore para conseguir chegar ao seu objetivo, mas pode ter certeza que se você mudar seus hábitos, essa mudança será permanente!

Mudanças simples como, consumir mais frutas, verduras e legumes. Deixar de comer alimentos processados, como biscoitos, salgadinhos e embutidos, já é um grande avanço.

Diminuir a frequência do consumo de doces. Por exemplo, para uma pessoa que consome doces todos os dias, parar de comer de uma vez, se torna uma tarefa muito difícil. Mas se ao invés disso passar a consumir doces duas vezes por semana?

Isso já fará diferença para sua saúde, e ajudará diminuir os vício por doces. E aos poucos essa frequência tende a diminuir, com a mudança os hábitos alimentares.

Vale a pena ler o post: 7 conselhos para ter hábitos saudáveis

2. Seja ativo

O simples hábito de caminhar 30 minutos por dia, já causará um grande impacto na sua saúde e ajudará no controle de peso.

Essa caminhada pode ser feita de uma vez ou dividida ao longo do dia. Por exemplo: você pode caminhar 10 minutos na ida ao trabalho. Mais 10 minutos no horário de almoço e ao sair do trabalho mais 10 minutos.

Outra dica é sempre que possível, utilizar as escadas ao invés do elevador. Ou no trajeto de ida ou volta do trabalho descer do ônibus um ou dois pontos antes.

Quanto mais ativo você for, melhor será, tanto em termos de saúde, quanto em queima de calorias, e qualidade de vida.

3. Combata o estresse  

Estudos apontam uma forte ligação entre a obesidade e o estresse. O aumento do estresse está diretamente relacionado ao aumento de peso, por dois motivos, descritos a seguir.

Falta de tempo

Geralmente pessoas com rotinas muito estressantes, tem pouco tempo para comer, ou preparar suas refeições. Sendo assim acabam optando por opções mais práticas, como por exemplo,  os fast-food.

Válvula de escape

É comum, principalmente entre as mulheres, utilizar alimentos como válvula de escape do estresse ou do cansaço. E são nesses momentos de descontrole emocional que acabamos ingerindo as maiores quantidades calóricas.

Pensando nisso, vale a pena pensar em formas de controlar seu estresse, e organizar sua rotina para que você  não se descontrole e desconte tudo nos na comida.

De início pode parecer um pouco difícil para você, mas reserve um tempo para planejar suas refeições. Nem que seja 30 minutos do seu final de semana. Já será suficiente deixar alguns alimentos pré-prontos, e evitar que você coma mal durante a semana.

Faça algo que te dá prazer, pelo menos uma vez por semana. Seja ouvir música, escrever, fazer yoga, ou outra coisa. Descubra o que funciona para você. Isso com certeza irá te ajudar a se controlar, e evitará que você use a comida para aliviar o seu estresse.

Outro ponto importante é não abrir mão de boas noites de sono. Privação de sono é um grande fator para o aumento do estresse. Então se esforce para dormir no mínimo 6 horas por noite. Você irá se sentir muito melhor e mais disposto ao longo do dia.

Concluindo

  • Existe sim, uma relação entre obesidade e genética, nos casos de obesidade. Porém ela não atua como determinante, e sim um fator, que pode ser controlado.
  • É necessária uma mudança de hábitos.
  • Fatores como manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física e combater o estresse, são fundamentais no combate a obesidade.

Karina Bastos – Estagiária de nutrição

Tainá Carvalho – Nutricionista | CRN 34890

NOTA SOBRE O AUTOR:
A Nutricionista Tainá Carvalho CRN 34.980 é Nutricionista Esportiva com formação pela USP – Universidade de São Paulo, possui especialização em Nutrição Aplicada ao Exercício Físico pela EEFE-USP, possui Especialização em Fitoterapia, especialização em Transtornos Alimentares pelo AMBULIM – IPq/HCFMUSP foi Nutricionista da Equipe de Vôlei Feminino do SESI-SP.